Como ela pôde fazer isso? Ela tinha o amor da sua vida, a razão da existência, um super protetor, um..perfeito! (Tá, ele é vampiro, mas não deixa de ser perfeito. Aqui vou eu com histórias vampirescas novamente.) O outro pode ser forte, quente, gigantesco, ter músculos imensuráveis, mas e daí? Não era como ele. Os dois tinham qualidades exorbitantes, mas o E. era... inexplicável.
Passando as páginas ele a perdoou, disse palavras românticas, fez juras de amor eterno e ela a tinha traído, tinha beijado seu rival. Indignação. Ela não merecia isso - estava explícito naquele capítulo por ela - e mesmo assim ele não deixou de a amar. Ela disse que estava apaixonada pelo outro... argh.
De repente, eu entendi. Ela é só uma humana, tem um coração que bate forte dentro dela. Tem ossos frágeis, músculos pouquíssimo desenvolvidos, nenhuma habilidade excepcional, agia sob o efeito dos hormônios da adolescência. Ela é humana, assim como eu, todas as outras meninas e os outros seres terrestres. Eles eram perfeitos porque não eram humanos. Não existe a mínima possibilidade de existir uma criatura daquele jeito. É típico de nós, humanos, errar, saber perdoar, se confundir, interpretar erroneamente determinadas situações. Agir por impulso.
Então a raiva que eu tinha por ela desapareceu. Desculpei-me como pude por tê-la chamado de todos aqueles nomes. Bem, era a mim que eu estava xingando: por nunca chegar a uma decisão sobre meus sentimentos, por interpretar qualquer ato como grande coisa, por ser tão carente, tão sucessível aos outros... e de repente, eu me via como uma futura Bella. Só que sem Edward, Jacob, noivado, vampiros, lobosimens e tudo mais.. eu sou uma humana frágil, assim como ela era.
Bendita epifania.
Agradecimentos particulares.