quinta-feira, 19 de março de 2009

It's all about taking sides.

"Ou isto, ou aquilo.", já dizia Cecília Meireles. Quando você nasce você é homem ou mulher (sei que existem os hermafroditas, mas essa não é a linha de raciocínio que quero seguir). Não pode ser os dois. Tem cabelos loiros, morenos, ou ruivos. Não pode ter os três. Você dorme ou acorda. Desde embriões, meros zigotos e mórulas, nos enquadramos na categoria do "ou" e não na do "e".
À medida que os dias, as semanas, os anos, o tempo de vida vai passando, o "ou" é mais presente. Escolhas têm que ser feitas: você gosta ou não de arroz e feijão. Fato: nem sempre somos o "ou", queremos sempre tentar dar uma escapadinha para o "e".
O tempo passa mais e temos que filtrar mais a nossa lista de "ou". Em uma briga, ou você fica do lado de uma amiga, ou da outra. Se decidir ficar imparcial, você tá tomando o lado da imparcialidade. Pior, você magoa as duas amigas e ainda fica do lado de algo que não sabe sequer que existe.
A decisão do ou vai ficando mais séria. Ou você vai para o trabalho mesmo doente, ou perde o emprego. Ou você presta atenção na aula, ou vai ter que assisá-la mais uma vez ano que vem. Quando a decisão cabe a você, é mais fácil. O difícil é definir lados com pessoas as quais estão interligadas a sentimentos bastante forte. O coração pesa mais, as lágrimas ficam mais leve e caem insistentemente. Os movimentos dos vasos sanguíneos assemelham-se aos das caixas de som em um volume muito alto. Você grita, chora, pensa, critica, elogia, porém tem que se decidir, não pode fugir disso. Decidiu? Verifique-se, certifique-se da sua escolha. Aceite o mais rápido possível, quanto mais cedo melhor. Agora conviva com a sua decisão, aguente as consequências.
E conclua: it's all about taking sides, darling.

obs: sei que estou em falta com você E.P, mas farei o máximo para deixá-la a par das minhas epifanias. Tenho muita coisa pra contá-la. Desculpa pela ausência.

Saudações particulares.