Ela está lá, sempre, não pede para que todos a notem, há dias que ela tá pequena, feia, com formato e cor indefinidos, há outros ela decide chamar atenção e torna-se lá, gigantesca, cheia e calada. Aquele era um dia daqueles em que ela estava lá so de passagem, só para marcar presença, sem intenções maiores. Em um piscar de olhos ela fica coberta e some. Isso mesmo, mesmo pequena e quase imperceptível ela some e faz falta. Uma nuvem gigantesca a cobre. A insistência em procurá-la dura alguns segundos desesperadores e em seguida vai embora porque você sabe que haja oque houver, custe o tem que custar, as nuvens passam e seguem seus caminhos, deixando oque havia antes do mesmo jeito. A persistência. O céu claro novamente e a lua está de volta, do mesmo jeito de antes; sua mesma forma e cor. Ela não estava com um pedaço quebrado, não estava roxa. Mesmo estando por um tempo escondida, ela voltou e continuou a mesma.
E então lembro-me da pessoa-lua que está escondida atrás das nuvens só esperando que elas passem. Agora ela sabe que não precisa perder um pedaço, só precisa esperar que as nuvens passem.
particularmente,
a.
a.