terça-feira, 28 de outubro de 2008

Mãos que são muito mais que mãos.

Iniciou com um carinho no braço, que estava sob a coxa da menina. Seguiu para a mão e ele ficou acariciando-a por certo tempo. Até esse momento, nada demais. As trocas de carinho eram constantes entre os dois, para o desespero, confusão, medo, apreensão da menina e sentimentos desconhecidos para o menino. As mãos tocaram-se de verdade, ele segurou a mão dela. Uma 'segurada' típica de pai, que traz a sensação de amparo, segurança, coisas que ele sempre trouxera para ela.
Então ela ajeitou a mão, que segurava uma lapiseira, e finalmente os dedos entrelaçaram-se. Foi instantâneo. O coração apertou e começou a bater mais rápido, o cérebro não se concentrava mais no desfarce da questão de Química. Seus olhos estavam no livro, mas seu olhar estava em qualquer outro lugar, menos ali.
Ela procurava uma frase para dizer, um olhar, um gesto, qualquer que fosse, mas não conseguia. Parecia que todo o seu corpo estava paralizado, com exceção da mão, que estava mais viva do que nunca. Ela estava sentindo como se estivesse tudo apagado e um feixe de luz iluminava somente as mãos. Só essa luz que via as mãos, pois estavam escondidas debaixo da mesa e nenhum olhava para a mão; ela para o seu livro e ele para o seu papel. Olhar pareceria atrevimento, muita coisa indefinida estava acontecendo ali; palavras, olhares não descreveriam.
Entre as mãos havia somente uma lapiseira. E essa era mais uma das coisas que havia entre os dois que não permitia que ficassem completamente juntos.
Aqueles minutos pareceram durar a eternidade, maravilhosa eterninade.
Ela então concluiu que o amava. Concluiu não, repetiu a confirmação. Amava estar com ele, amava os seus carinhos, abraços, olhares que a faziam arrepiar-se toda. Suas músicas, seu jeito, seu cheiro. Enfim, ela o amava de todas as maneiras.

umagarotaapaixonadaqualquer.

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