Tudo começou com a notícia de que aconteceria uma festa à fantasia. A empolgação falou mais alto, sempre sonhei com aquelas festas estilo "baile de máscaras" americano onde sempre acontece uma coisa extraordinária e não sabe-se quem (se bem que sempre achei aquilo é uma burrice! Lógico que dá pra percebem quem é, que a tal pessoa estranha é definitivo e indubitalvelmente aquela pessoa). Porém, enganei-me. Idealizei tudo, esse foi o problema.
Ajeitei o cabelo, maquiagem e vesti a tal fantasia. Cada detalhe acrescentado ao "figurino"fazia com que eu me sentisse mais estranha. Sei que é só uma roupa, mas teve um poder e significado maior para mim. Olhei-me no espelho várias insistentes e repetidas vezes, e a cada vez, a certeza de que aquela não era eu aumentava.
Quando cheguei a festa, todos estavam como deveriam estar: fantasiados. Aparentemente, lidando com aquilo feliz e normalmente. No começo, eu estava sendo eu, o que é esperado. Porém, tinha momentos que alguma coisa fazia com que eu parasse e agisse diferente. Resumindo, fui inconstante e indiferente a maior parte da festa. Fui ou sou?
Essa fantasia é removível ou permanente? Percebi que vivemos eternamente num baile de máscaras estilo real, onde achamos que conhecemos uma pessoa, mas nunca a vimos desmascarada. Um baile cheio de valores "da moda", valores coletivos, que a "galera!" considera. Um baile no qual pessoas estranhas falam e outras respondem superficial e falsamente, onde todas estão mascaradamente felizes e interagindo entre si. Tudo uma farsa.
Confesso que estou me sentindo pesada, com uma fantasia que não quer sair. Quero dizer o que sinto, o que penso, mas temos de manter as aparências, não é mesmo? Quero saber como o mundo e as pessoas são de fato. Chega de brilhos e enfeites, quero ver tudo no seco, no real.
Meu desejo? Que todas as máscaras e fantasias caiam. E elas hão de cair. Não suporto mais a minha.
umagarotafantasiadasuperficialeinternamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário