sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Quem sou eu?

Há um certo tempo essa pergunta vem consumindo parte do meu tempo. Há 4 anos, para ser mais precisa. Comecei uma espécie de texto algumas dezenas de vezes porque sempre caía na modinha, na influência de algum texto visto em algum lugar. Devido a esse fracasso, passei a bola para amigas, para ser descrita aos olhos delas. Algumas fizeram e disseram coisas lindas que me emocionaram. Mas nenhuma atingiu minha sede de descrição fiel da minha pessoa. Outros, em pequenos atos, demonstravam um grande conhecimento sobre mim que nem eu mesma sabia. Acho que é porque nunca permiti que ninguém me deixasse conhecer completamente, ou me engano quanto a isso. Depois disso, passei a procurar textos que faziam essa tarefa. Achei alguns incríveis, entitulados de 'texto da minha vida'. Devo ter achado uns 20 ou mais. À medida que mudanças ocorriam na minha vida, o texto era mudado. E assim, posso dizer, que me sosseguei por um tempo.
Durante outra encarada no espelho antes de dormir, percebi que nem eu sabia quem eu era. Estava atrás de descrições externas quando nem eu tinha uma descrição sobre mim.
Odeio egocentrismos, mas vamos lá. E, lendo a rainha da epifania, tive algumas inspirações: 'Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais.' Desisti de entender; não sou alegre o tempo todo, também não fico triste o tempo todo, aí seria depressão. No entanto, choro com muita facilidade; seja de emoção, felicidade, decepção ou simplesmente porque alguém querido está derramando lágrimas. Sou inconstante; minhas músicas, leituras e vícios falam por mim. Cada período tem uma música marcante; tenho artistas perfeitos sazonais. Leitura? Variam entre epifanias confusas, vampiros e futilidade norte-americana. Meus vícios entrelaçam-se de uma certa maneira, compondo-me naquela época, ou construindo uma característica, ou modificando algo. Não me classifico como 'de lua', mas sim 'afetada'. Sofro influência de qualquer coisa. Repito: qualquer coisa, não qualquer pessoa. Os personagens das séries influenciam meu humor, os dos livros meus sonhos e os meus amigos minha maneira de falar. Disseram uma vez que tenho personalidade admirável, mas eu me questiono sobre isso, vez que sou tão mutável. Mas depois repensei e prefiro considerar uma transparência, um filtro; eu ainda sou uma tela pintada. Preciso de cores, linhas e figuras novas.
Impressiono-me com o novo, afinal, quem não se empolga com novidades? Ainda tenho essa característica pueril. Essa e mais muitas, que vez por outra tento eliminar ou modificar.
Quero mudar a todo momento, nunca estou completamente satisfeita com alguma coisa. Odeio reclamações o tempo todo. Admiro atos positivos. Vivo sobre ação de hormônios. Sou insuportável quando to com sono, de tpm ou com fome. Gosto de carinho, mas tudo com limites. Dançar? Ainda não tenho resposta pronta para isso, mas sei que é algo que mexe comigo de um jeito inexplicável. Fé? Vivo nela e por ela.
O passado? Aprendi que ele tem que ficar guardado, em alguns casos até enterrado. Família? Expande território. Desejo? viajar todo o mundo o tempo todo. Uma frase? Não trate como prioridade quem insiste em lhe tratar como opção. E isso aqui? Já tá virando disparate da 6a série.

Então, quem sou eu? Meu artista preferido diz que 'os olhos dela são grandes como seus dedos calejados aos pés da rainha de copas que tem os pés cobertos por bolhas e cicatrizes', minha personagem favorita consegue falar mais de 100 palavras por minuto, meu livro favorito insiste em me iludir com romantismo e minha escritora favorita diz: 'meu corpo incógnito te diz: dinossauros, ictiossauros e plessiossauros, com sentido apenas auditivo, sem que por isso se tornem palha seca, e sim úmida.' Minha futura faculdade tratará disso.

E se isso será exposto em um perfil? Não.
Por que? Não interessa a ninguém, só ao meu íntimo particular.

merry christmas.

Época de final de ano. A cidade fica mais iluminada, ganha mais vida. Lojas e casas ganham enfeites, as árvores são tiradas do armário e passam a embelezar os ambientes. Parece que tudo fica mais claro, mais alegre. Isso chama-se tradição. Nunca fui tão presa a tradições, mas uma das coisas que me intrigam é a inércia dela. Final de novembro, comecinho de dezembro e eu já espero as mudanças. A decoração muda, fato. Entrentanto é sempre a mesma coisa. Mas será que as pessoas realmente estão em época de Natal? Ou seguem a tradição só porque é 'o que manda o figurino'?
Particularmente, vejo o final de ano como uma grande balança. Tempo de lembrar de todo ano e cair na mesma conclusão: Como passou rápido. Lembrar das novas amizades, dos amigos de antigas datas que ainda permanecem na sua vida ou dos que estão afastados e o porquê disso. Lembrar da família; dos pais, avós, tios, primos etc. Lembrar dos dias bons e ruins, das lágrimas e do sorriso, das brigas e dos abraços.
Natal é tempo de reflexão. É parar e fazer uma lista de pró e contras. Pensar nas mudanças que devem ser feitas, pensar em perdão, em reconciliação, em união, em amor, em fraternidade.
E essa reflexão vem do conhecimento sobre o que é realmente o Natal. Aquele Cara lá de cima? Pois é, Ele mandou o filho dele pra cá pra cuidar e salvar a gente. Então, é epoca de pensar qual a prioridade que Ele tem na sua vida, na sua família. Deixar que ele renasça e tome o controle de tudo.
E enfim, meus amigos, à vocês eu desejo um Feliz Natal. Um verdadeiro amor entre suas famílias; aquelas de sangue a as que você teve oportunidade de escolher. Paz no seu coração e discernimento dos lugares que todos tem que ter nele. Felicidade a todo momento, mesmo na tristeza.
E isso digo a vocês porque cada um tem um lugar especial no meu coração. Vocês são pessoas maravilhosas que Jesus permitiu nascer em meu coração e na minha vida.
Tenho um carinho gigante por cada um e amo, amo muito.

Merry Christmas, my dear friends.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

pequeno fonseca.

Devido à minha facilidade de rápida dispersão, me encontro em um segundo procurando o tema de uma redação sobre a ética e cidadania brasileiras e me deparo no instante após lendo a 6a página do "Pequeno Príncipe" e enquanto leio suas perguntas inocentes, lembro que tenho mais de 200 páginas para ler sobre aquele Brasil, o qual deveria estar escrevendo utopias. Por que Deodoro não é tão legal quanto o Príncipe? Bem que poderiam transformar a história para que as pessoas inquietas pudessem concentrar-se.
Já imaginou? Deodoro segurando uma espadinha, medindo nao mais de 1 metro e meio e falando coisas aparentemente sem sentido? Seria maravilhoso, sim.
Porém, estamos falando do Brasil. Onde nada é transparente e tudo é transformado em labirintos secretos. Se, mesmo com a chamada "liberdade de expressão" e todas as lutas para clarear os fatos, muitas (se não a maioria) das informações são errôneas e tendem para um lado, imagine mascarando-as. Com certeza iriam transformar Deodoro, Getúlio Vargas e até mesmo os presidentes da época de Ditadura em príncipes, mas, claro, com o espírito de Grande Príncipe e não com a humildade do Pequeno.
Chega de principear quem não é digno. Lerei as verdades da história para, daqui a alguns meses, me deparar com a verdade da minha futura vida.

Particularmente,

domingo, 19 de julho de 2009

the second.

Ok. Ultimamente tenho notado uma preferência particular pelos personagens não-principais. Os principais, por carregar esse pesado título, não me chamam mais a atenção. Talvez porque já esteja premeditado que todos que curtem a novela, o seriado ou filme, gostem mais deles. Eles foram criados para serem amados, para causarem polêmica, pra fazerem chorar, pra se apaixonarem pelas pessoas mais lindas, eles foram criados para iludir. Esse é o fato. Os outros, não. Estão ali para apimentar a trama. Não teria a mínima graça com 1 ou 2 personagens. É necessário, é imprescindível, é indispensável a presença de outros ali. Gosto do imprevisível, gosto do diferente, gosto dos coadjuvantes.
Talvez eu até seja ridícula apontando isso baseado em um seriado sabendo que eles não são reais. Podem até tentar retratar a realidade, pode até realmente ter algumas reais, mas mesmo assim, não são reais. Não retratam-na porque em roteiros existe a possibilidade de mudar o destino, a história das personagens. Uma cena pode ser regravada, a personagem pode não morrer de acordo com a vontade do público, o passado pode ser perdoado. Daqui a uma semana a mocinha pode casar com o vilão e saber disso.
Vida real não é assim meu chapa. Oque tá feito, tá feito. Sim, gosto dos coadjuvantes.
Prefiro ser a coadjuvante que eu mais gosto, venero e admiro do que ser a principal, fadada a realizar as coisas certas, previsíveis e não ter voz própria, não ter uma peculiaridade. Prefiro uma Addison, uma Lily ou Robin, uma Alice do que uma Meredith, um Ted e uma Bella destinados ao previsível, ao romântico, ao comum.

Definitivamente, prefiro ser a segunda.

private kisses.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

uma sala, salão.

Ninguém aparentemente conhecido, além do professor visto semanalmente. Ninguém sabe quem você é, seu nome, oque fez ou deixou de fazer. Bem, existem vantagens e desvantagens que eu poderia listar cansativamente aqui, mas o foco não é esse.
Uma menina e um menino logo a frente, ela, rindo do vento, mexendo no cabelo, olhando desconfiada para o professor; ele, meio desajeitado procurando mais palavras para impressioná-la ou fazê-la rir. Ou eles estavam só conversando mesmo e eu queria que fosse algo mais. Aposto que a menina também.
Uma criatura distante; de onde eu estava e de onde todos estávamos. Olhava para a frente, mas se um cometa caisse ali naquele momento ela continuaria olhando para frente.
Alguns estavam bastante focados e tentando mudar alguma coisa ao sair dali, outros por obrigação, outros porque não tinham outra alternativa, outros pela ânsia do conhecimento, outros por gostar muito do professor e da aula, nem tanto da matéria. Esse último era o meu caso.
A cada aula eu adorava as coisas engraçadas que ele dizia. Esse dia foi diferente. Era uma aula diferente, eu estava sem meus amigos de rotina, então eu teria que prestar atenção a aula, mas como só isso não me satisfaz, prestei atenção aos dois: aula e professor. Era incrível como a cada questão ele se deixava conhecer um pouco; na maneira de falar, nas indicações de livros e filmes, nas histórias de cotidiano contadas (alunos de anos anteriores, de família, dele próprio). Ao pouco era possível ver muito além daquele professor, era mais claro ainda o ser humano lindo que existia nele. Que ele era muito mais que um leitor, escritor, professor. Ele era tudo isso e algo mais. Minha admiração só fez crescer. Como uma conhecida costuma dizer: ele é incrível. Realmente, ele é.
Não sei quanto a vocês, mas eu tenho a impressão de que todos são mais inteligentes. Aquele ali deve ter feito 60 questões das 66, deve tá aqui so porque gosta e já passou pra medicina e ITA há muito tempo. Uma observação: nunca, nunca levante a mão assim que houve uma pergunta e principalmente de cabeça baixa. Primeiro averigue a pergunta e se de fato você já fez ou não aquilo. Espero que, no mínimo, outras 5 pessoas levante também. Eu não fui esperta.
Estava anotando algo quando ele perguntou: alguém já leu 'Vidas Secas'? E eu automaticamente levantei a mão devido à, minha crença, ela um livro batata nas escolas de ensino fundamental e médio. Então o professor diz: só ela leu o livro? Poxa...
Ai. Como assim só eu li o livro? Como se não bastasse, o professor ainda faz uma pergunta, simples, mas uma pergunta que dispara o meu sistema nervoso e me deixa branca. "Que passagem mais marcou para você?" Como é que eu vou lembrar? Li o livro, faz uns 4 anos, no modo 'automático: ler, decora as personagens, o enredo, a escola literária porque ainda tem mais 5 capítulos pra estudar pra prova.' Busquei o mais rapido na minha mente e respondi. A minha resposta (sob o olhar dos outros 50 que ali estavam) gerou a seguinte afirmação do professor: nossa, quanta sensibilidade. Pensando bem, aquilo foi oque mais me tocou mesmo. Eu não inventei, nem nada.
O mais estranho, no entanto, foi que não era pra ser assim. Eu não era pra ser 'a inteligente' da sala. Estava bem na minha condição de mais uma ali.
E concluindo: fato! Nunca levante a mão imediatamente diante uma pergunta do professor. Averigue bem as circunstâncias.

saudações particulares.
a.

sábado, 6 de junho de 2009

De repente, a lua.

Mil pensamentos na mente, litros de lágrimas no rosto, vozes e músicas. Uma confusão. De repente, a lua parece ser mais importante que tudo isso. Inicialmente, ela assemelhava-se a uma lâmpada, uma luz muito longe que insiste em querer iluminar algo. Depois ela muda, é, ela consegue mudar também. Ela fica maior, mais brilhante e faz com que tudo silencie-se: as vozes, os pensamentos, as árvores, as músicas. Mesmo de tão longe e tão simples ela fala um humilde: Cala a boca. O foco muda de um pequeno ponto insignificante para um pequeno ponto brilhoso.
Ela está lá, sempre, não pede para que todos a notem, há dias que ela tá pequena, feia, com formato e cor indefinidos, há outros ela decide chamar atenção e torna-se lá, gigantesca, cheia e calada. Aquele era um dia daqueles em que ela estava lá so de passagem, só para marcar presença, sem intenções maiores. Em um piscar de olhos ela fica coberta e some. Isso mesmo, mesmo pequena e quase imperceptível ela some e faz falta. Uma nuvem gigantesca a cobre. A insistência em procurá-la dura alguns segundos desesperadores e em seguida vai embora porque você sabe que haja oque houver, custe o tem que custar, as nuvens passam e seguem seus caminhos, deixando oque havia antes do mesmo jeito. A persistência. O céu claro novamente e a lua está de volta, do mesmo jeito de antes; sua mesma forma e cor. Ela não estava com um pedaço quebrado, não estava roxa. Mesmo estando por um tempo escondida, ela voltou e continuou a mesma.
E então lembro-me da pessoa-lua que está escondida atrás das nuvens só esperando que elas passem. Agora ela sabe que não precisa perder um pedaço, só precisa esperar que as nuvens passem.

particularmente,
a.

quinta-feira, 19 de março de 2009

It's all about taking sides.

"Ou isto, ou aquilo.", já dizia Cecília Meireles. Quando você nasce você é homem ou mulher (sei que existem os hermafroditas, mas essa não é a linha de raciocínio que quero seguir). Não pode ser os dois. Tem cabelos loiros, morenos, ou ruivos. Não pode ter os três. Você dorme ou acorda. Desde embriões, meros zigotos e mórulas, nos enquadramos na categoria do "ou" e não na do "e".
À medida que os dias, as semanas, os anos, o tempo de vida vai passando, o "ou" é mais presente. Escolhas têm que ser feitas: você gosta ou não de arroz e feijão. Fato: nem sempre somos o "ou", queremos sempre tentar dar uma escapadinha para o "e".
O tempo passa mais e temos que filtrar mais a nossa lista de "ou". Em uma briga, ou você fica do lado de uma amiga, ou da outra. Se decidir ficar imparcial, você tá tomando o lado da imparcialidade. Pior, você magoa as duas amigas e ainda fica do lado de algo que não sabe sequer que existe.
A decisão do ou vai ficando mais séria. Ou você vai para o trabalho mesmo doente, ou perde o emprego. Ou você presta atenção na aula, ou vai ter que assisá-la mais uma vez ano que vem. Quando a decisão cabe a você, é mais fácil. O difícil é definir lados com pessoas as quais estão interligadas a sentimentos bastante forte. O coração pesa mais, as lágrimas ficam mais leve e caem insistentemente. Os movimentos dos vasos sanguíneos assemelham-se aos das caixas de som em um volume muito alto. Você grita, chora, pensa, critica, elogia, porém tem que se decidir, não pode fugir disso. Decidiu? Verifique-se, certifique-se da sua escolha. Aceite o mais rápido possível, quanto mais cedo melhor. Agora conviva com a sua decisão, aguente as consequências.
E conclua: it's all about taking sides, darling.

obs: sei que estou em falta com você E.P, mas farei o máximo para deixá-la a par das minhas epifanias. Tenho muita coisa pra contá-la. Desculpa pela ausência.

Saudações particulares.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

estúpidos humanos.

Como sempre, lia o livro desesperadamente. Cada frase era indispensável. Os atos da personagem eram julgados por mim e a ela eram dados os nomes do tipo: jumenta do pântano, quadrúpede irracional, burra... e por aí vai. Xingava-a alto, como se fosse afetá-la, como se fosse afetar alguém. Como se fosse capaz de afetar uma personagem fictícia, que só existia no livro e em mim, para tentar achar explicação para algo. Como se Sthephenie Meyer pudesse me ouvir e reescrever o que estava - divinamente - escrito. Estava sozinha no quarto, os outros moradores da casa estavam dormindo. Só eu, Bella, Edward e Jacob estávamos ali.
Como ela pôde fazer isso? Ela tinha o amor da sua vida, a razão da existência, um super protetor, um..perfeito! (Tá, ele é vampiro, mas não deixa de ser perfeito. Aqui vou eu com histórias vampirescas novamente.) O outro pode ser forte, quente, gigantesco, ter músculos imensuráveis, mas e daí? Não era como ele. Os dois tinham qualidades exorbitantes, mas o E. era... inexplicável.
Passando as páginas ele a perdoou, disse palavras românticas, fez juras de amor eterno e ela a tinha traído, tinha beijado seu rival. Indignação. Ela não merecia isso - estava explícito naquele capítulo por ela - e mesmo assim ele não deixou de a amar. Ela disse que estava apaixonada pelo outro... argh.
De repente, eu entendi. Ela é só uma humana, tem um coração que bate forte dentro dela. Tem ossos frágeis, músculos pouquíssimo desenvolvidos, nenhuma habilidade excepcional, agia sob o efeito dos hormônios da adolescência. Ela é humana, assim como eu, todas as outras meninas e os outros seres terrestres. Eles eram perfeitos porque não eram humanos. Não existe a mínima possibilidade de existir uma criatura daquele jeito. É típico de nós, humanos, errar, saber perdoar, se confundir, interpretar erroneamente determinadas situações. Agir por impulso.
Então a raiva que eu tinha por ela desapareceu. Desculpei-me como pude por tê-la chamado de todos aqueles nomes. Bem, era a mim que eu estava xingando: por nunca chegar a uma decisão sobre meus sentimentos, por interpretar qualquer ato como grande coisa, por ser tão carente, tão sucessível aos outros... e de repente, eu me via como uma futura Bella. Só que sem Edward, Jacob, noivado, vampiros, lobosimens e tudo mais.. eu sou uma humana frágil, assim como ela era.
Bendita epifania.

Agradecimentos particulares.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ponto de Partida.

" Muito pouco pra dizer, nada pra guardar. Hoje é só um outro começo. Outras ondas de outro mar vão rodar o mundo e para onde vão eu conheço. Não é bom nem é ruim, nada pra fazer, a mesma vida olhando para mim, o mesmo rosto dizendo que não, flores da mesma estação.
Quem eu não sou, onde eu não vou, quando eu não estou. Se eu tivesse outros olhos para ver, só mais uma vez, uma chance, um novo começo, ser quem eu não sou.
Muita coisa para querer, nada pra gostar, esses dias eu não esqueço. Nem precisa adivinhar como vão as coisas, nada vai sair do lugar. Não é bom nem é tão mal, nada pra sorrir, nada vai sair no jornal. A mesma história, o mesmo clichê. Tudo de novo pra que? O que há lá fora além de todo tempo que não pára de chegar. Deixar o sol entrar pela janela e ver outra pessoa ..."

como já dizia M.E.


saudações particulares.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

distração.

Tudo é muito estranho, muito confuso, muito incerto e, de certa forma, muito chato. Precisamos ter uma forma de escape disso tudo. A minha maneira é entrar de cabeça na leitura. A minha sede de fulga é tamanha que as páginas mudam sem a minha percepção. A última palavra da página anterior emenda com a primeira da posterior. Vampiros, lobisomens e todos os desdobramentos deles são muito mais interessantes do que a ansiedade perturbadora do resultado do vestibular, do que o dilema amoroso no qual estou perdidamente presa, do que o ócio que um dia normal pode ter. O suspense me prende, me deixa nervosa, ansiosa. O coração bate mais forte quando a "mocinha" vai se atirar de um penhasco, quando o perigo está chegando mais perto. Tudo isso é resolvido facilmente, basta um pouquinho mais de atenção e se desligar total do que acontece aqui, no mundo real. Em segundos, a tensão diminui e tudo volta 'ao normal'. Por isso que estou viciada nessa leitura. Tudo parece ser resolvido. Me conforta saber que dentro de poucas páginas estará a resolução do tal problema. Esqueço de tudo nessa leitura de coisas irreais. Leio fervorosamente e isso me acalma, pois o que vampiros e lobisomens podem tem em comum com a minha realidade? Me enganei estupidamente. A personagem insiste em falar coisas que eu sei, coisas que eu penso. Parece que eu escrevi. É incrível como me identifico. Pai, melhor amigo, amor, vampiros, lobisomens, todos parecem constituir uma grande metáfora da minha vida. Claro que meu egocentrismo não permite e é bastante racional para reconhecer que aquela não é a minha história. Infelizmente, me acho nela.
Leio, termino de ler, descanso. Aí os pensamentos me vêm a cabeça: o resultado tá cada vez mais perto, não consigo chegar a uma conclusão sobre aquilo. Meu Deus, vou enlouquecer. Daqui a 48 horas, como estarei. Passa rápido tempo. Não, não passe.
Parar de ler foi um erro. A história estava mais interessante. Na velocidade em que estou lendo, o livro vai acabar rapidamente. E depois? Não lerei de novo, porque não é tão emocionante 'viver' uma história duas vezes. Outros livros? Tenho certeza não serão tão interessantes como esse. Vou ter que voltar para minha vida real, meus problemas tipicamente humanos e reais. Vou ter que esperar, como todos os outros mortais, as horas passarem e o dia mostrar-me as surpresas que guardou para mim. Quero? Não. Preferia viver nesse mundo de suspense, amores e monstros que é o livro. Confesso que ficaria bastante satisfeita se aparecesse um vampiro na minha frente, ou meu melhor amigo fosse o tal lobisomem. Porém, tenho certeza que não seria como no livro. É uma ficção! Não posso esquecer esse pequeno e importante detalhe.
Ah, vou voltar. Ainda tenho direito a mais de 100 páginas de escape.


saudações particulares.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

roupa nova.

Estava na hora de mudanças, a tia veio por aqui e arrumou tudo.
Obrigada, tia! A Ep agradece :)

" Depois do céu tem outro céu ou nem o céu existe mais. Será que o sol é de papel? Será que as nuvens são de gás? Se o mar começa em outro mar, quem é que tira o sol do sal, antes do dia começar a noite é quase imortal. Se nada tem um fim, quem é que fez o não, se a nossa vida é assim. (...) Se existe outra dimensão em que você não é você, quem é que sabe a direção pra encontrar quem não se vê. Se o tempo sempre tem razão, que tudo sempre vai mudar, pra que manter os pés no chão se todo mundo quer voar. "
gosto muito.

saudações novas de cara nova.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

ano novo, tudo novo. ou não.

Parei de me preocupar com roupa amassando, sandália incomodando, cabelo assanhando, prima chorando e observei o que estava acontecendo naqueles últimos momentos. Aqueles eram os últimos segundos de um ano. Analise bem a frase anterior, parece o fim do mundo, não é? A última roupa do ano, o último abraço, a última música ouvida e cantada, o último beijo, a última ligação. Em questão de segundos, um ano cheio de acontecimentos passa a constituir-se de lembranças. "O que era velho, ficou para trás." Os desejos, os planos, as metas, os caprichos, todos são jogados para o ano seguinte. Cinco, quatro, três, dois, um... Feliz Ano Novo. Champagne estoura, casais se beijam, família e amigos abraçando-se, algumas pessoas até choram (devido à sensibilidade provocada pelo álcool no organismo ou perceberam a efemeridade de um ano). Ligações para os amigos, para os familiares. O primeiro beijo, o primeiro banho, o primeiro abraço, a primeira ligação, parece que tudo começa novamente. Uvas, pular 7 ondas, oração, tudo vale para um ano melhor. Tudo se resume a: Meu Deus, oque vem por aí? Todos os problemas enfrentados, todas as dificuldades e tristezas superadas. Ainda nos resta um pouco de esperança, essencial se quisermos ter um motivo para viver. "Que esse ano eu realmente estude, que eu consiga fazer aquela viagem, que dê tudo certo na faculdade, que meus pais não percam o emprego, que a tia melhore da saúde, que minha prima crie juízo, que minha amiga arranje/conserve o namorado" e vai mais além... que a crise melhore, que as crianças, não só da África, mas do mundo inteiro, tenham alimento e saúde dignos, que as guerras acabem de vez, que a natureza seja preservada, enfim, que tudo melhore em todos os sentidos.Desejos, promessas... precisamos de mais. Precisamos mudar se quisermos que o mundo mude. A mudança tem que partir de cada um de nós, não estou falando de: operários, uni-vos e façamos a revolução. Não. Partamos do seguinte raciocínio; queremos que o mundo fique melhor, não é? Para isso, é necessário que haja mudanças. Se não estava bom, é porque algo esteja errado com você. Não basta a boa intenção, é preciso ação. Precisamos pensar nas nossas atitudes, nos nossos corações, deixar de sermos apegados a coisas materiais, pensar nos outros, lermos um pouco mais sobre qualquer coisa, é indispensável que as pessoas pensem e sintam. O sentimento e a razão, vez que andam juntas, farão com que tudo torne-se melhor, você verá.

Aqui vai o meu sincero: Feliz Ano Novo. Que esse ano seja, sinceramente, repleto de coisas boas.

primeiro beijo de 2009.